sábado, 26 de março de 2011

Nós portugueses podemos ter muitos defeitos, mas somos mesmo bons a adaptarmo-nos às situações. Ora acompanhem o meu raciocínio. A comunidade científica elegeu o inglês como a sua língua oficial, uma vez que é a língua estrangeira mais facilmente dominada por muitos povos. Agora pensem no que acontece quando um português vai discursar a um congresso no estrangeiro. Vai falar português? Só naquela de poder dizer o que lhe apetecer, porque tanto faz - o público vai perceber o mesmo: zero. Claro que vai antes falar em inglês de modo a conseguir passar a sua mensagem a um grande número de pessoas. Trata-se essencialmente de respeito e bom senso. Mas os franceses e os suiços devem achar-se melhor do que os outros e estão-se a cagar se os percebem ou não. Devem ter esperança que o francês se torne na próxima língua universal e insistem em não abdicar da sua língua materna em prol do inglês. Uma atitude que só revela arrogância e desrespeito por quem vai ali para os ouvir. Foi o que aconteceu ontem no 10º Congresso da Associação Nacional das Farmácias. Reparava-se a léguas que grande parte das pessoas não estava a entender um terço do que os palestrantes estavam a dizer. Eu incluído, claro. Por isso, gente da minha terra, proponho-vos o seguinte: da próxima vez que forem lá fora apresentar alguma coisa aos franceses e aos suiços nada de lhes facilitarem a vida. Falem em português com um ar "vocês são todos tão inteligentes que me percebem tão bem. Pudera! O português é facílimo de entender". E nada de fazer os slides em francês ou inglês. Optem sempre pelo português. Só para esses chicos espertos perceberem que é muito agradável ouvirmos alguém falar durante meia hora e não entendermos rigorosamente nada.