quarta-feira, 4 de julho de 2012

Mais uma vez o Sr. Bastonário da Ordem dos Médicos

Eu percebo que este assunto não interessa à grande maioria das pessoas, mas este bastonário consegue irritar-me cada vez que vem a público. Pois que passado um mês das enormes alterações à prescrição de medicamentos e consequentemente às vendas dos mesmos nas farmácias, o senhor José Manuel Silva já pediu auditorias para ver se está tudo a correr bem. Isto porque, imagine-se, as vendas dos genéricos dispararam, mas os mais vendidos não foram os cinco genéricos mais baratos. E o senhor fica muito admirado, porque não vive da venda de medicamentos. Caso fosse proprietário de uma farmácia (e atenção que eu falo assim, mas não tenho nenhuma) já não se comportava desta maneira, a não ser que não tivesse problemas em lucrar uns míseros dois cêntimos com a venda de um genérico, como tão frequentemente acontece. É óbvio que embora tenham havido imensas alterações e que não se possa trocar medicamentos por um mais caro ao que está estipulado na receita, nenhuma farmácia tem interesse em vender genéricos a 89 cêntimos, a não ser que o objectivo seja declarar falência em dois meses. Os portugueses estão com dificuldades, o país está em crise, mas não é com medidas como esta que isto vai andar para a frente. Lamento, mas feliz ou infelizmente a saúde tem um preço. Não se pode continuar a exigir mais reduções nos preços. Os medicamentos já foram estupidamente caros há uns anos atrás, mas todos sabemos que neste momento estão muito mais baratos. E a tendência não pode ser o contínuo decréscimo dos preços. Porque as farmácias não são a Santa Casa da Misericórdia. 

3 comentários:

Anónimo disse...

Inteiramente de acordo. Ainda por cima vindo de um representante de uma classe que cobra cerca de 80 euros por consultas com duração de 15 minutos. Muitas das vezes são 80 euros limpos (a fiscalização muitas vezes deixa um pouco a desejar) a contrastra com o dito negócio do medicamento que não podia ser mais transparente. Enfim é a classe médica de Portugal. Queria que os farmacêuticos portugueses pudessem valer o que valem os ingleses ou de qualquer outro país que saiba o nosso valor!

teardrop disse...

Subscrevo inteiramente!

Anónimo disse...

As coisas não podem ser avaliadas apenas sob o prisma "donos de farmácias", até porque entra aqui a questão é preferível o cidadão ter acesso a medicamentos, mesmo que genéricos, ou os donos das farmácias lucraram mais? Um sem número de idosos, mesmo comprando genéricos, inúmeras vezes nem orçamento têm para comprar genéricos, quanto mais "medicamentos de marca". Aqui a escolha deveria ser do utente da farmácia e ser ele a escolher o que "quer".