quinta-feira, 15 de julho de 2010

Nostalgias

Dei por mim a pensar que há uns anos (muitos, vá) tinha mais lidação com a minha família. Todos os fins-de-semana eram passados com os primos a brincar no campo, a andar de bicicleta, a jogar às escondidas, a montar puzzles e a fazer outras tais coisas próprias da idade. Dormia em casa deles, eles na minha. Passávamos férias juntos. Os meus pais davam-se com os pais deles. E não era um dar de conhecer, de um "olá tudo bem?". Eram mesmo amigos. E tudo mudou. Problemas de adultos, circunstâncias da vida. A verdade é que eu cresci e a distância entre nós ainda cresceu mais. E agora já não é o que era nem nunca mais vai ser. Porque nenhuma relação pode ser forçada, nem mesmo as familiares. A verdade é que não tenho pena. Foi bom, que foi, mas acabou-se. Recordo sempre com carinho os bons momentos, a boa infância, a boa adolescência, porque partilhei-a com pessoas que ainda hoje me dizem algo. Pessoas que outrora foram importantes, mas que deram lugar a outras. Hoje vemo-nos esporadicamente. Numa festa, a passar de carro. E acenamos ou perguntamos se está tudo bem, o que é que se tem feito. E ficamos por aí. Gosto de saber que estão bem, gosto de os ver. Mas a empatia é diferente. Não é desconfortável, simplesmente não há grandes conversas. A verdade é que não tenho saudades, o que não implica que não recorde os momentos que passei com eles com uma certa nostalgia.

2 comentários:

Gato das Botas disse...

Ninguém escolhe a família, mas todos temos a liberdade de escolher com quem nos damos. É como o amor: é eterno enquanto dura :o)

Agora a Sério disse...

Bom dia!

Percebo bem este teu post, e identifico-me bastante com ele.

Beijinho