segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O Grito de Guerra da Mãe Tigre


Assim que este livro chegou às bancas soube que tinha de o ler. Não que me tivesse questionado toda a vida sobre a educação chinesa e as suas tradições, mas detectei logo no título polémica e a minha curiosidade falou mais alto. Antes de lhe pegar já tinha lido algumas críticas e já tinha alguns preconceitos formados. Um dos quais é que ia odiar a autora e discordar de tudo o que aplicara na educação das filhas. Mas não foi bem isso que aconteceu. Muitas vezes fiquei incrédulo com a brutalidade, frieza e determinação da implacável Amy Chua, mas nunca consegui não gostar dela. Chocaram-me, e ainda me continuam a chocar, os métodos educativos de que se munia para obrigar as filhas a fazerem o que ela achava que seria melhor para elas. Muitas vezes dei por mim a pensar que se fosse comigo não teria tanta sorte, que resistiria e a venceria pelo cansaço. Bastou-me continuar a devorar as páginas e cheguei à conclusão que nessa história eu seria Lulu, mas em versão 10 mil vezes pior.
É um bom livro para perceber alguns ideias chineses e para entender o caminho que fazem para atingir os objectivos. Também dá para compreender o número de medalhas de ouro que conquistam a cada Jogos Olímpicos, se bem que não é disso que o livro fala.
Por último, quero ainda dizer que não me considero um reprovador da educação chinesa. Compreendo as suas bases e consigo entendê-la como algo perfeitamente normal... para os chineses. Mas agradeço não ter sido educado com base no autoritarismo, na abolição de poder de escolha e na intolerância. É verdade que a dita educação ocidental, falada no livro, pode não ser a mais eficaz e pode ter falhas, mas educar um filho segundo um regime salazarista não é coisa que me apraz. Obrigado pais, por não serem neuróticos e por me terem deixado trilhar o meu caminho.

1 comentário:

Nada disse...

Não li o livro, mas vou tentar faze-lo...mas torna-se visivel o tipo de educação pelo qual a grande maioria das familias chinesas passa ao estarmos uma temporada na China...a maneira de trabalharem e viverem diz tanto. Aprendemos muito com o seu empenho e dedicação, mas é mesmo preciso agradecer termos tipo uma liberdade tão grande ao crescermos. De nos formarmos a nós mesmos.

Tem um bom feriado!*