domingo, 20 de março de 2011

Do rigor da ciência

Não conheço forma de escrita mais rigorosa e inequívoca do que aquela que é utilizada em artigos ou trabalhos científicos. Contrariamente a um romance, a um policial ou a um livro de aventuras em que Adelaide pode ser referida de mil e uma maneiras, num teor deste género não há como sair da linha de pensamento. Se no trabalho em questão falo, por exemplo, da histamina, a meio do texto, cansado de escrever 'a histamina', não posso de repente substituí-la por ela, a histaminazinha, aquela que citei na frase anterior, a molécula biológica em questão, ou mais grave ainda, chamar-lhe a coisinha. Torna-se, de facto, repetitivo. Mas não há outra maneira. Ainda não devo ter chegado a meio do trabalho e já evito escrever o nome, mas quando fica pronto e volto a ler tudo, só assim é que faz sentido. Só assim é que se atinge o rigor exigido. É assim a ciência: quanto menos margem para dúvidas houver melhor. Pode ser chato, mas eu gosto desta objectividade.

1 comentário:

Roxanne disse...

mas se passares a tratar a histamina por coisinha, acho que fica mais giro! :P