sábado, 8 de janeiro de 2011

Trauma de infância

Quando era pequenino e ia ao circo sempre houve uma coisa que me assustou. Não, não tinha medo que os leões saltassem para a bancada, nem tremia se o trapezista falhava na técnica. O meu grande medo eram os palhaços. Sempre os achei uns tipos muito simpáticos e engraçados, mas à distância. Eu aqui e vos aí bem ao longe, nada de contactos muito próximos. Ficava sempre em pânico quando chegava o momento de escolherem alguém do público para ir fazer um truque com eles. Encolhia-me na cadeira, tentava disfarçar ao máximo, a olhar para os lados, mirando-os pelo canto do olho. E respirava de alívio quando já havia um escolhido que não eu. Ora, está visto que este trauma de infância ainda me acompanha. Há coisas que nos marcam para a vida. E por isso confesso que hoje quando fui ao circo cada vez que aparecia um palhaço eu só pedia para não me escolherem, passem a outro por favor. Felizmente correu tudo pelo melhor, nenhum truque exigia a presença de um elemento do público e eu pude descansar. Hoje os palhaços subiram na minha consideração. Pelo menos aqueles. Interacção com o público sim, mas q.b.. Nada de exageros. E eu agradeci. E respirei de alívio.

2 comentários:

Anónimo disse...

Partilho do mesmo trauma! Um horror...

Marta K disse...

Há distância até podem ter piada mas também não são todos. Alguns mesmo à distância não têm piada nenhuma..
E escusado será dizer que filmes de terror para mim são filmes que envolvam palhaços! (E bonecos/bonecas porcelana, mas isso já é outra história..)